29 de abril de 2010

O QUE É TEXTO...

A noção de texto é ampla e ainda aberta a uma definição mais precisa. Grosso modo, pode ser entendido como manifestação lingüística das idéias de um autor, que serão interpretadas pelo leitor de acordo com seus conhecimentos lingüísticos e culturais; são produzidos nas mais diversas linguagens, assim seriam tratados também como textos as produções feitas com as linguagens das artes plásticas, da música, da arquitetura, do cinema, do teatro, entre outras. "Um texto é uma ocorrência lingüística, escrita ou falada de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal. É uma unidade de linguagem em uso." O PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) da Língua Portuguesa acrescenta:

“ que o discurso, quando produzido, manifesta-se linguisticamente por meio de textos. O produto da atividade discursiva oral ou escrita que forma um todo significativo, qualquer que seja sua extensão, é o texto, uma sequência verbal constituída por um conjunto de relações que se estabelecem a partir da coesão e da coerência. Em outras palavras, um texto só é um texto quando pode ser compreendido como unidade significativa global. Caso contrário, não passa de um amontoado aleatório de enunciados.
A produção de discursos não acontece no vazio. Ao contrário, todo discurso se relaciona, de alguma forma, com os que já foram produzidos. Nesse sentido, os textos, como resultantes da atividade discursiva, estão em constante e contínua relação uns com os outros, ainda que, em sua linearidade, isso não se explicite. A esta relação entre o texto produzido e os outros textos é que se tem chamado intertextualidade.” (PCN 1998)

Um texto é tudo aquilo que comunica algo, seja ele oral, escrito, visual ou musical. Do ponto de vista oral e escrito, o texto se constrói a partir de mecanismos sintáticos e semânticos, os quais são responsáveis pela produção do sentido. De acordo com Chareaudeau (1992), o texto pode ser concebido como “[...] a manifestação material (verbal e semiológica: oral/gráfica, gestual, icônica, etc.) de um ato de comunicação, numa situação dada, para servir de projeto de fala de um dado locutor”
Para Fiorin o texto “é um todo organizado de sentido, implica afirmar que o sentido de uma parte depende do sentido das outras. No caso dos textos verbais, isso significa que ele não é um amontoado de frases, ou seja, nele as frases não estão simplesmente dispostas umas depois das outras, mas mantêm relação entre si. Isso quer dizer o sentido de uma frase depende dos sentidos das demais, o sentido de uma parte do texto depende do sentido das outras.”
Reforçando a afirmação de Fiorin sobre o que é texto, temos o conceito de Koch onde diz: “Um texto não é simplesmente uma seqüência de frases isoladas, mas uma unidade lingüística com propriedades estruturais específicas”.
Fiorin também define texto como uma diversidade de manifestações, mostra sua pluralidade estendendo-a a vários estados da linguagem, expandindo suas possibilidades na fala, na imagem e nos sons, podendo todas essas características textuais formarem um conjunto único de novas informações sociais. E ainda completa:

“...um texto não é apenas manifestado verbalmente, isto é, por meio de uma língua natural, como o inglês, o francês, o árabe, o português. Na verdade, ele pode manifestar-se visualmente, como uma pintura, por meio da linguagem verbal, visual e musical, como o cinema, por meio da linguagem verbal e visual como nos quadrinhos. Assim, um romance é um texto; um trecho de um romance é um texto; uma poesia é um texto; uma escultura é um texto; uma ópera é um texto.”

O texto possibilita a manifestação social de forma abrangente, é um modo de se expressar através da escrita; além de proporcionar uma intensa comunicação, ele é um meio de transferência e aquisição de novos conhecimentos. Para Schmidt (1978):

"O texto é um componente verbalmente enunciado de um ato de comunicação pertinente a um jogo de atuação comunicativa, caracterizado por uma orientação temática e cumprindo uma função comunicativa identificável, isto é, realizando um potencial elocutório determinado.”

Podemos ainda ressaltar a conceitualização de Elisa Guimarães (1985) que destaca aspectos mais amplos da intenção textual, que diz:

“Em sentido amplo, a palavra texto designa um enunciado qualquer, oral ou escrito, longo ou breve, antigo ou moderno. Caracteriza-se, pois, numa cadeia sintagmática de extensão muito variável, podendo circunscrever tanto a um enunciado único ou a uma lexia quanto a um segmento de grandes proporções.


(referências ainda não disponibilizadas aqui)

2 de abril de 2010

GÊNEROS TEXTUAIS

Todos os textos surgem na sociedade pertencendo a diferentes categorias ou gêneros textuais que relacionam os enunciadores com atividades sociais específicas. Não se trata de pensarmos em uma lista de características que compõem um modelo segundo o qual devemos produzir o nosso texto, mas de compreender como esse texto funciona em sociedade e de que forma ele deve ser produzido e utilizado a fim de atingir o objetivo desejado. O trabalho com gêneros textuais obriga-nos a compreender tanto as características estruturais de determinado texto (como ele é feito) como as condições sociais que levam ao funcionamento e ao bom êxito das mesmas (como ele funciona na sociedade)
Levando em conta a imensidão de gêneros textuais existentes na sociedade e que, conforme as necessidades dessa sociedade, novos gêneros surgem e antigos desaparecem, muitos estudiosos procuraram campos maiores que englobassem diversos gêneros em seu interior. Emerge, dessa maneira, o conceito de tipo textual
Para Travaglia, o trabalho com textos de diferentes tipos é fundamental para o desenvolvimento da competência comunicativa, pois se o aluno fica restrito a um tipo específico, tão pouco se apropriará de outros recursos de interlocução ou interação. E, por ser difícil encontrarmos tipos puros, utiliza-se o recurso da conjunção tipológica que estabelece um tipo dominante para cada tipo de interlocução que se pretende praticar. Para ele, o uso de determinadas características é que possibilitarão a efetiva comunicação (ou não) com quem se fala. Ou seja, se concebe tipologia textual como o tipo de texto que demonstre interação e a interlocução entre os envolvidos, apresentando uma função social.
Basicamente existem três tipos de textos:

Texto Narrativo

Relato de um acontecimento;
Fatos vividos por personagens em determina tempo e lugar;
Presença do narrador (personagem ou observador);
Fatos em seqüência.

Texto descritivo

Função representativa;
Cópia/reprodução/representação escrita do captado pelo olhar;
Permite visualizar uma imagem do que é lido;
Caracteriza pessoas, objetos, ambientes, animais...
Transmite impressões ou sensações;
Não há sucessão de acontecimentos.

Texto dissertativo/persuasivo

Possui caráter argumentativo;
Exposição de idéias e opiniões;
Apresentação de provas;
Adoção de ponto de vista;
É preciso conhecer o tema;
Convencimento do leitor;
Introdução, desenvovimento e conclusão.

A língua, é viva e faz parte da comunicação diária entre os falantes, e os gêneros são fonte rica desse material autêntico, portanto, o estudo com esse tipo de material será significativo e, conseqüentemente, mais eficaz.

(texto escrito baseado em fontes ainda não disponibilizadas aqui)